sexta-feira, 27 de junho de 2008

O Personagem: Guus Hiddink


O Personagem: Guus Hiddink


Campanha Russa

Mais uma vez Guus Hiddink tirou um coelho da cartola e fez um excelente trabalho à frente da seleção russa de futebol nesta Eurocopa. A classificação para a fase final da Euro já foi um grande feito, principalmente se considerarmos que a Rússia estava no mesmo grupo da Inglaterra.


Na fase final da Euro, a Rússia caiu no grupo com Espanha, Grécia (atual campeã da Euro) e Suécia. Foi goleada na estréia pela Espanha, mas conseguiu duas vitórias sobre gregos e suecos. Nas quartas-de-final aconteceu o "show" russo na Euro. A partida contra a Holanda, até então sensação da competição, mostrou o que a Rússia tem de melhor: velocidade e disposição. Comandados por Arshavin, que já tinha levado o inexpressivo e desconhecido Zenit São Petesburgo ao título da Copa da Uefa deste ano, a Rússia conseguiu uma vitória incontestável por 3x1 na prorrogação. Já na semifinal, o reencontro com os espanhóis foi amargo novamente para os russos. Um time sem brilho e irreconhecível perdeu por 3x0 na fantástica atuação do 10 espanhol, Cesc Fábregas.


A eliminação não tirou o brilho e a promissora perspectiva do
trabalho de Guus Hiddink. Superar Inglaterra e Israel nas eliminatórias já foi um feito admirável. Na fase final, passar por gregos e suecos, sendo considerado a equipe mais frágil da chave, foi outro grande feito. Eliminar a Holanda foi a "cereja do bolo" desta grande campanha. Claro que fica a frustração pela eliminação, mas quem imaginaria a Rússia em tal condição na Euro?


O Passado


Guus Hiddink ganhou notoriedade internacional como treinador da Holanda na Copa de 98. A Holanda, que apresentou o futebol mais vistoso da competição, acabou sucumbindo diante do Brasil de Taffarel nos pênaltis após partida muito equilibrada. Terminou em quarto na
Copa após perder para a Croácia numa partida sem a menor motivação para os holandeses.

Após passagens por Real Madrid e Real Betis, Guus Hiddink assumiu a Coréia do Sul com o desafio de fazer um bonito papel na Copa de 2002, sediada na própria Coréia em parceira com o Japão. Este foi o trabalho mais brilhante da carreira de Guus Hiddink. Além de
conseguir a primeira vitória sul-coreana em Copas do Mundo, ele conseguiu classifcar a seleção como primeira colocada do grupo, que possuía Portugal, Polônia e EUA. Nas fases seguintes, conseguiu classificações heróicas e polêmicas contra italianos e espanhóis. As atuações da arbitragem não tirarram o brilho da épica saga sul-coreana. Este, aliás, foi o maior envolvimento torcida-seleção presenciado em Copas do Mundo. Mas a Alemanha de Ballack e Kahn elimiram os sul-coreanos nas semifinais. Era o despertar de um sonho. A derrota para a também surpreendente Turquia não ofuscou a brilhante trajetória e o status de herói nacional alcançado por Guus Hiddink.


Após uma passagem pelo PSV Eindhoven, Guus Hiddink assumiu a seleção Austrália. A Austrália nunca teve o caminho fácil nas eliminatórias. Apesar de jogar as eliminatórias da Oceania contra seleções inexpressivas e amadoras, de certa forma, ela não tinha direito a vaga direta na Copa do Mundo. O duelo contra os sulamericanos era sempre duro e de péssima recordação para os australianos. Eliminações para Argentina e Uruguai já estavam no currículo. Mas desta vez foi diferente e Guus Hiddink virou herói de outra nação também. Vitória nos pênaltis sobre os uruguaios garatiu os australianos na Copa de 2006. Na Copa, o grupo com Brasil, Japão e Croácia não parecia muito favorável aos australianos, mas a vitória de virada sobre o Japão e um empate sófrido com os croatas garatiram a vaga. Nas oitavas de final, veio a eliminação para a futura campeã do mundo Itália, com um gol de pênalti no final da partida. Mais um surpreendente trabalho de Guus Hiddink.

Fica aqui minha admiração pelo trabalho deste profissional, que conseguiu grandes feitos por seleções pouco expressivas. Sua competência com estas seleções me faz lembrar o Bora Militinuvic, que levou México (86), Costa Rica (90), EUA (94), Nigéria (98) e China
(2002) para as Copas do Mundo. Resta saber se ele seguirá como comadante das "missões impossíveis" ou se assumirá uma seleção com reais condições de brigar pelo título, como a Holanda em 98. É esperar pra ver... Que venha a Copa de 2010!

Links:
http://pt.euro2008.uefa.com/tournament/teams/team=57451/index.html

Nenhum comentário: